5.11.14

Também andei ao sol

Também andei ao sol,
o senhor da vida, sabe? (risada de escárnio da porra).
Como podem não se importar com o aguaceiro?
Criança, isso é só o fim
a ponte de Londres e a merda toda.
Hoje é o primeiro dia... e depois, bem, depois não há mais dias,
o tempo é apenas aquilo que os relógios mordem,
navalha de Ockham na carne.
Como podem não se importar?
Os perdedores e talvez os vis e
aqueles que só contam com o próprio abraço
no longo caminho até a terra dos mortos.
Qual o quê? Uma véspera de víscera, uma perfídia, uma trapaça, algo menos
do que esta fadiga da verdade.
Já não quero mais ser cínico, mas é o que tem pra hoje,
amanhã os edifícios continuarão a ser erguidos,
os homens (sobretudo estes que andam a balançar uma vírgula no meio das pernas) discutirão coisas como Arte, Ciência, História
e Dinheiro.
As flores e as árvores ainda estarão por aí.
Criança, isso é só.
A queda nos espreitando,
os dados quietos antes do lançamento
e o silêncio que é só por não se ter mais nada a dizer.
Nem resto

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